Auxiliando as ALMAS do PURGATÓRIO 3

São Nicolau de Tolentino é um dos santos mais prodigiosos da Igreja. O Papa Eugênio IV disse a seu respeito: “Não houve Santo desde o tempo dos Apóstolos que superasse a São Nicolau de Tolentino em número e grandeza de milagres”. São Nicolau era conhecido como o PROTETOR DO PURGATÓRIO E ADVOGADO DAS ALMAS. Em um sábado, o Santo se encontrava na ermida de Valvamanente, junto da cidade de Pézaro, onde havia sido enviado para pregar uma missão. Depois de muito trabalhar, resolveu tomar uma hora de repouso sobre um leito duro. Mal havia começado a dormir, quando foi despertado por gemidos lancinantes e doloridos como nunca ouvira iguais. Uma voz gemia:

Irmão meu, Nicolau, homem de Deus, olha-me, por favor, não me conheces?

Diga-me quem és, diz o Santo, eu quero ajudar-te. Que posso fazer para te aliviar?

E uma sombra pálida se movia no ar:

Ah! Nicolau, eis aqui o teu caríssimo Irmão Frei Peregrino de Osino. Há muito tempo que estou atormentado nas chamas do purgatório, onde me encontro pela misericórdia de Deus, devido aos teus grandes méritos, embora meus pecados me tenham valido a condenação eterna. Se celebrares amanhã por mim o Santo Sacrifício da Missa, amanhã mesmo eu me livrarei.

Cheio de amargura o coração de Nicolau parecia estalar de dor. Viu que a obediência não lhe permitiria celebrar aquela Missa:

 — Meu irmão, Jesus Cristo, por seu preciosíssimo Sangue te seja propício, mas não posso te atender, pois sou obrigado pela obediência a celebrar esta semana toda nas intenções da Comunidade.

Ó Venerável Padre, então, queira me acompanhar já que os meus tormentos não te comovem para celebrar a Santa Missa. Verás os sofrimentos das multidões de pobres almas que imploram teu sufrágio.

Em poucos instantes o Santo se viu levado ao alto de uma montanha banhada de luz e cheia de beleza, mas aos pés deste monte, num imenso vale, um espetáculo triste encheu de horror ao Santo: Multidões de almas se retorciam de dor num braseiro imenso e gemiam de cortar o coração. Ao perceberem o Santo no alto da montanha, bradavam suplicantes, estendendo os braços e pedindo misericórdia e socorro. “Padre Nicolau, diz Frei Peregrino, tem piedade destas pobres almas que imploram teu socorro. Se celebrares a Santa Missa por nós, quase todas seremos libertadas de nossos dolorosos e horríveis tormentos”.

Nicolau não se pode conter. Rezou a noite inteira com os braços em cruz, implorando misericórdia. Depois, foi ter com o Superior e contou a visão. Obteve licença para celebrar a Santa Missa durante sete dias em seguida pelas Almas do Purgatório.

Frei Peregrino, durante a Missa do Santo, apareceu-lhe resplandecente de glória cercado de uma multidão de almas libertadas do purgatório que subiam ao Céu. Desde então São Nicolau recebeu o título de PROTETOR DAS ALMAS DO PURGATÓRIO. Dai também resulta a origem do piedoso costume de mandar celebrar sete Missas em sete dias consecutivos pelas almas dos defuntos queridos, pais, parentes, amigos, etc.

E você, caríssimo Leitor, quantas vezes mandou celebrar Missas por seus entes queridos falecidos?

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*** o texto original e completa se encontra no livro ” Tenhamos compaixão das pobres almas”.

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