No ninho do “amanhã eu vou”….

Invariavelmente, muitas noites seguidas, ouvíamos de nossa residência:

“Amanhã eu vou! Amanhã eu vou!”

 

Não são só morcegos e corujas que povoam os céus das matas brasileiras à noite. Nas bordas de florestas, nas capoeiras abertas, nos cerrados, nos capões, vive o curiango-comum (Nyctidromus albicollis), uma ave tão ubíqua que não só parece estar em todo lugar, como também parece ter ganho todos os nomes: curiango, ju-jau, amanhã-eu-vou (em Minas Gerais, devido ao seu canto), ibijau, mede-léguas, acurana e a-ku-kú (no Mato Grosso), coriavo, engole-vento (Pernambuco), joão-corta-pau e mariangu. Notívago, é um exímio caçador de insetos – que devora aos montes enquanto voa com o bico aberto -, atividade que o ocupa até o amanhecer.

Durante o dia, é muito difícil visualizá-lo. Quando espantado, voa curtas distâncias e logo “some” em meio à vegetação rasteira. Ao ser procurado, o curiango se camufla nas folhagens do chão da mata. Seus ovos são colocados diretamente no solo, para manter esse disfarce. E neles (os ovos) tudo contribui para essa “invisibilidade”: a fêmea põe 2 ovos amarelo-avermelhados manchados de marrom. Os filhotes também possuem uma coloração muito semelhante à da folhagem seca. E quando os pais abandonam o ninho, os pequenos seguindo instintivamente o ensinamento dos mais velhos, ficam completamente imóveis.

Numa das casas do Arautos do Evangelho, em Mairiporã, pôde-se acompanhar o nascimento de dois novos curiangos. Diga-se de passagem: os animaizinhos foram objetos de extremos cuidados por parte dos moradores… As fotos falam por si:

Fotos: David Ayusso

Fonte: Arautos e Fotos

Deixe o seu comentário.

%d blogueiros gostam disto: