São João Bosco confessa um morto!
Havia um jovem, chamado Carlos, que só pensava em viver e divertir-se. Mas eis que cai doente, tão doente que o médico lhe dá apenas algumas horas de vida. Quis confessar-se com D. Bosco, que lhe era muito afeiçoado, mas D. Bosco não pôde ir. Confessou-se a outro sacerdote, mas a confissão não foi sincera, pois ocultou faltas graves. E o jovem morreu… Comunicaram logo a D. Bosco que o seu querido Carlito falecera. Nesse momento uma voz misteriosa parecia segredar a D. Bosco que o infeliz não se confessara
bem. Saltou do leito, correu à casa do defunto… Ali estava Carlito imóvel, amarelo, endurecido: ia ser colocado no caixão… D. Bosco ordenou que todos deixassem o aposento; ali só ficaram o santo e o cadáver… D. Bosco, falando ao ouvido do defunto, disse:
— Carlito!
O rapaz abriu os olhos e fitou-os em seu santo diretor.
— Onde estiveste?- perguntou-lhe o servo de Deus.
— Padre, numa região misteriosa e desconhecida. Vi muitos demônios e todos me queriam arrastar ao inferno. Diziam que tinham direito sobre mim.
— Filho, é porque não te confessaste bem. Ocultaste um pecado por vergonha, não é verdade?
— Sim, padre; mas agora quero declará-lo.
E o rapaz confessou com grande humildade seus pecados e sacrilégios.
— Padre, se não fora esta grande misericórdia de Deus eu estaria perdido para sempre.
D. Bosco, erguendo a mão direita, deu-lhe a absolvição. Recebeu-a o jovem com grande recolhimento e na atitude da mais profunda gratidão. O santo abriu a porta e disse aos que esperavam do lado de fora:
— Podem entrar.
Entraram… e lançaram um grito de surpresa e de terror. O morto estava sentado na cama. Parentes e amigos caíram de joelhos, mudos de assombro. D. Bosco inclinou-se e disse ao ouvido do jovem:
— Carlito, agora que estás na graça de Deus, que é que desejas: viver ou morrer?
– Padre, respondeu o rapaz, quero morrer, para estar junto de Deus eternamente.
Enquanto o santo lhe dava a bênção, Carlito deixava cair a cabeça sobre o travesseiro, juntava as mãos sobre o peito, fechava os olhos e. . . morria.
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