Honrar pai e mãe
Quarto Mandamento
Honrar pai e mãe
Uma sociedade verdadeiramente cristã ordena- se à maneira de uma esplêndida sinfonia de vínculos entre inferiores e superiores, num clima de caridade.
Sendo a família o primeiro desses laços, a ordem de honrar os pais encabeça o elenco dos sete mandamentos que regem o amor ao próximo. O Quarto Mandamento é, assim, um verdadeiro raio de luz divina que pervade todo o convívio humano: não apenas os vínculos sanguíneos, mas também os sociais, civis e espirituais (Cf. CIC 2212).
Os primeiros a quem Deus delegou autoridade são os pais, “porque gerar filhos é participar no poder criador de Deus” (Sada e Monroy, 1989, p. 164). Assim, os filhos devem prestar-lhes respeito e tratá-los do modo mais delicado e elevado, pois eles são reflexos da bondade divina. É próprio do filho florescer em atos de homenagem aos pais e amá-los, dedicando-lhes filialmente todo o tempo necessário (Cf. Cauly, 1924, p. 185-186): “Honra teu pai de todo o coração, não esqueças os gemidos de tua mãe; lembra-te de que sem eles não terias nascido, e faze por eles o que fizeram por ti” (Eclo 7,29-30); “Honra teu pai e tua mãe, para que sejas feliz e tenhas longa vida sobre a terra” (Ef 6,2-3).
Quando cresce, o jovem encontra na sociedade homens investidos de autoridade, em graus diversos, aos quais deve prestar respeito: “Toda pessoa esteja sujeita às autoridades constituídas, porque não há autoridade que não venha de Deus, e foi Deus que estabeleceu as autoridades, que existem no mundo.
Pelo que, quem desobedece à autoridade desobedece à ordenação ou vontade de Deus” (Rom 13, 1-2). Por isso, este mandamento implica não apenas a obrigação de honrar e respeitar os pais, mas também todos aqueles que, por disposição divina, exercem autoridade nas ordens espiritual e temporal.
No Antigo Testamento, Deus disse ao povo de Israel: “Honra teu pai e tua mãe, para que se prolonguem os teus dias na terra que o Senhor, teu Deus, te dará” (Ex 20,12).
No Novo Testamento, o Menino Jesus deixou-nos seu comovedor exemplo de obediência à Santíssima Virgem e a São José: não apenas por laços terrenos, mas também devido à altíssima santidade de ambos, Ele “lhes era submisso” (Cf. Lc 2,51). O maior mérito de seus pais foi o de tornar efetiva esta afirmação saída dos divinos lábios: “Minha mãe e meus irmãos são aqueles que ouvem a palavra de Deus e a põem em prática” (Lc 8,21).
A sujeição de Jesus a seus pais era imagem da filial obediência d’Ele ao Eterno Pai (Cf. CIC 532). Por ocasião da perda e encontro no templo, fez transparecer o seu ardente zelo em cumprir a vontade de Deus: “Por que me procuráveis? Não sabíeis que devo ocupar-me das coisas de Meu Pai?” (Lc 2,49). Obediência que atingiria seu auge de docilidade nas vésperas da Paixão: “Pai, se é de teu agrado, afasta de mim este cálice! Não se faça, todavia, a minha vontade, mas sim a tua” (Lc 22,42). Assim, Cristo “humilhou-se tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz” (Fl 2,8). Ele quis submeter-se à vontade dos pecadores, embora tivesse o universo sob seu poder, como asseverou a São Pedro: “Crês tu que não posso invocar meu Pai e ele não me enviaria imediatamente mais de doze legiões de anjos?” (Mt 26,53). Se pela desobediência de um homem entrou o pecado no mundo, pela obediência de Nosso Senhor nos veio a Salvação (Cf. Rm 5,19).
As principais Virtudes requeridas para a prática deste mandamento são: Piedade, (obrigação de retribuir aos nossos pais e superiores os bens recebidos, procurando honrá-los e respeitá-los). Obediência, (fazer a vontade dos nossos pais e superiores, com exceção do pecado).
Os pecados que violam este mandamento voltam-se: Contra a Piedade: ingratidão; desrespeito; ódio. Contra a Obediência: desobediência; indiferença.
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