O Santo de Hoje – São Cipriano, Bispo
Hoje é dia de São Táscio Cipriano, bispo e Martir. Segue abaixo breve relato, de seu glorioso martírio.
No dia décimo oitavo das calendas de outubro pela manhã, grande multidão se reuniu no campo de Sexto, conforme a determinação do procônsul Galério Máximo. Este, presidindo no átrio Saucíolo, no mesmo dia ordenou que lhe trouxessem Cipriano. Chegado este, o procônsul interrogou-o:
– És tu Táscio Cipriano?
O bispo Cipriano respondeu:
– Sou.
– Tu te apresentaste aos homens como papa do sacrílego intento?
– Sim.
– Os augustíssimos imperadores te ordenaram que te sujeites às cerimônias.
– Não faço.
– Pensa bem!
– Cumpre o que te foi mandado; em causa tão justa, não há que discutir.
Galério Máximo deliberou com o seu conselho e, com muita dificuldade, pronunciou a sentença, com estas palavras:
– Viveste por muito tempo nesta sacrílega ideia e agregaste muitos homens nesta ímpia conspiração. Tu te fizeste inimigo dos deuses romanos e das sacras religiões, e nem os piedosos e sagrados augustos príncipes Valeriano e Galieno, nem Valeriano, o nobilíssimo César, puderam te reconduzir à prática de seus ritos religiosos. Por esta razão, por seres acusado de autor e guia de crimes execráveis, tu te tornarás uma advertência para aqueles que agregaste a ti em teu crime: com teu sangue ficará salva a disciplina.
Dito isto, leu a sentença:
– Apraz que Táscio Cipriano seja degolado à espada.
O bispo Cipriano respondeu:
– Graças a Deus!
Após a sentença, o grupo dos irmãos dizia:
– Sejamos também nós degolados com ele.
Por isto houve tumulto entre os irmãos e grande multidão o acompanhou. E assim Cipriano foi conduzido ao campo de Sexto. Ali tirou o manto e o capuz, dobrou os joelhos e prostrou-se em oração ao Senhor. Retirou depois a dalmática, entregando-a aos diáconos e ficou de alva de linho e aguardou o carrasco, a quem, quando chegou, mandou que os seus lhe dessem vinte e cinco moedas de ouro. Os irmãos estenderam diante de Cipriano pano de linho e toalha. O bem-aventurado quis vedar os olhos com as próprias mãos. Não conseguindo amarrar as pontas, o presbítero Juliano e o subdiácono Juliano o fizeram.
Deste modo morreu o bem-aventurado Cipriano. Seu corpo, por causa da curiosidade dos pagãos, foi colocado ali perto, de onde, à noite, foi retirado e, com círios e tochas, hinos e em grande triunfo, levado ao cemitério de Macróbio Candidiano, administrador, existente na via Mapaliense, junto das piscinas. Poucos dias depois, morreu o procônsul Galério Máximo.
O mártir santíssimo Cipriano foi morto, no dia décimo oitavo das calendas de outubro, sob Valeriano e Galieno imperadores, reinando, porém, Nosso Senhor Jesus Cristo, a quem a honra e a glória pelos séculos dos séculos. Amém.
(Original: Atas Proconsulares sobre o martírio de São Cipriano, bispo)
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