Auxiliando as ALMAS do PURGATÓRIO 1

Num convento capuchinho, no ano de 1618, um noviço muito fervoroso caiu enfermo e em poucos dias veio a falecer. O Padre Superior do convento estava ausente e não pode lhe dar a última absolvição o que o penalizou muito e por isto multiplicou as orações e sufrágios pela alma de seu filho espiritual. Rezava pelo noviço depois de Matinas, no coro, quando a alma deste lhe aparece cercada de chamas: “Ai! meu Padre, não pude receber a vossa absolvição e havia cometido uma falta leve e por ela sofro horrorosamente no purgatório. Venho pedir a vossa bênção e uma penitência e ficarei livre.”

 — Meu filho, responde o Padre Superior tremendo, eu te abençoo quanto posso e por penitência deverás ficar no purgatório até à hora da Prima somente.

Faltavam duas horas para que os frades recitassem o Ofício. O Padre julgou ser uma leve penitência esta espera de duas horas no purgatório. Apenas ouviu isto, a alma do noviço soltou um gemido doloroso de arrepiar e desapareceu, dizendo: “Ah! pai sem coração! pai que não tem dó de um filho que padece tanto! Ó, não sabe o que é sofrer no purgatório!”

O Padre sentiu arrepiarem-se os cabelos, e trêmulo e pálido, compreendeu neste momento o que é o sofrimento do purgatório, onde cada minuto parece um século. Tocou logo o sino, reuniu a comunidade e mandou que rezasse o Ofício sem mais demoras pela alma do noviço falecido, contando a terrível aparição. Fez a todos um sermão sobre o purgatório e a eternidade, repetindo as palavras de Santo Anselmo: Depois da morte a menor das penas que nos esperam é maior do que tudo que se possa padecer neste mundo. As menores faltas são punidas severamente.

E você, caro Leitor, reza pelos seus entes falecidos com frequência ou faz como a imensa maioria das pessoas que somente se lembra deles no Dia de Finados, quando muito?

*** O texto original e completo se encontra no livro “Tenhamos compaixão das pobres almas”.

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