Amar a Deus sobre todas as coisas

Caríssimos Leitores,

Salve Maria!

Nos próximos posts buscaremos tratar, de forma resumida, acerca dos 10 mandamentos da Lei de Deus.

Todo católico tem o dever de praticá-los, pois eles nos indicam os deveres fundamentais do homem para com Deus e para com o próximo.

Primeiro Mandamento

Amar a Deus sobre todas as coisas

Amamos um ser querido conforme o grau de relação que tem conosco. Se, em alguma circunstância de perigo, soubéssemos que outrem arriscou sua própria vida por nós, passaríamos a ter um alto grau de amor para com essa pessoa. Ora, qual não deve ser nosso amor Àquele que nos criou, Se fez carne e morreu numa Cruz para nos arrancar da condenação eterna?

No Antigo Testamento, Deus disse ao povo de Israel:

Eu sou o Senhor teu Deus […]. Não terás outros deuses além de Mim […]. Não te prostrarás diante de ídolos, nem lhes prestarás culto” (Ex 20,2-5).

No Novo Testamento, Nosso Senhor deitou sua divina luz sobre este Mandamento, definindo-o como a plenitude da Lei: “Amarás o Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua alma e com todo o teu entendimento. Esse é o maior e o primeiro mandamento” (Mt 22,37-40). Quando o demônio Lhe ofereceu todos os reinos da Terra, caso o adorasse, o Divino Mestre respondeu:

Afasta-te de Mim, Satanás, pois está escrito: ‘adorarás o Senhor, teu Deus, e só a Ele prestarás culto’” (Mt 4,10).

As principais Virtudes requeridas para a prática deste mandamento são as denominadas Teologais, porque se ordenam diretamente a Deus.

A Fé: é a firme crença nas verdades reveladas por sua divina autoridade.

Temos obrigação de professar os dogmas do Credo, conhecer os Mandamentos de Deus e da Igreja, almejar as petições do Pai Nosso e receber os Sacramentos.

A Esperança: faz-nos confiar na bondade e auxílio divinos, a fim de obter os meios para alcançar a salvação.

A Caridade: é o amor a Ele acima de tudo, inseparável da graça santificante, que nos faz seus filhos e herdeiros da glória. (Cf. S. Th. II-II, q. 23, a. 1; Royo Marín, 2007, p. 288)

A virtude da Religião não se orienta imediatamente a Deus, mas se ordena ao seu Culto, o qual é prestado por meio dos atos interiores de oração (elevação da mente a Deus) e devoção (prontidão para entregar-se piedosamente ao serviço do sagrado), como pelos atos exteriores de adoração (testemunho de honra, reverência e submissão a Deus); e requer também a prática de sacrifícios, sobretudo os espirituais, unidos aos de Cristo (Cf. CIC 2100; Royo Marín, 2007, p. 334, 345).

Os pecados que violam este mandamento voltam-se:

Contra a Fé: dúvidas voluntárias; incredulidade; heresia (negação pertinaz de algum artigo da Fé); apostasia (negação de todos ou dos principais artigos da Fé); cisma (separação do seio da Igreja, por motivos doutrinários ou disciplinares).

Contra a Esperança: desespero (voluntária renúncia à bem-aventurança por considerá-la inalcançável); presunção (confiança temerária em salvar-se por meios não ordenados por Deus); apegos terrenos (pôr a finalidade última nos pertences materiais).

Contra a Caridade: indiferença; ingratidão; tibieza (hesitação ou negligência em corresponder ao amor divino); acídia (preguiça espiritual); orgulho; ódio a Deus.

Contra a Religião: idolatria (divinização de uma criatura, como o corpo, o dinheiro, o demônio, etc.); politeísmo (culto a vários deuses); superstição

(práticas indevidas da religião, ou atribuição de poderes inexistentes a alguma criatura); irreligião (desrespeito a Deus), a qual engloba por sua vez: tentar a Deus (pô-Lo à prova); sacrilégio (profanação ou trato indigno de algo sagrado); simonia (intenção deliberada de negociar com os bens espirituais); agnosticismo (indiferença religiosa) e ateísmo (descrença em Deus). (Cf. Royo Marín, 2007, p. 312, 358; Sada e Monroy, 1998, p. 111, 122; Lárraga e Saralegui, 1919, p. 169-172)

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